No Círculo

domingo

Ótimo com ele, bom também sem ele

Texto do meu blog que divido com vcs aqui tb...


Após uma semana tumultuada, com um treco que nunca havia tido antes e que me fez tremer com calafrios à tarde toda e febre de quase 40 graus, pude hoje, finalmente, escrever esse relato:

No meu aprendizado em ser mãe, percebi/relembrei que pequenas coisas podem me dar grandes alegrias.

Estar com meu filho é ótimo, mas ter momentos só meus é muito bom.

Nessa semana me dei esse luxo, graças ao atestado de sinusite que adquiri; como não queria que Tutu ficasse muito perto de mim, para que a gripe dele não voltasse, deixei ele dois dias no integral da escolinha. Tudo bem que no primeiro dia em casa, graças aos efeitos dos remédios, literalmente morguei a manhã inteira na cama, impossibilitada de abrir o olho e acordar de fato; era tanto sono, que a manhã passou rápido, que só acordei ao meio-dia com o telefonema do marido, preocupado em saber como eu estava.

Ainda zonza, continuei tendo atitudes normais de quando Tutu está em casa, a televisão em som baixo, menos barulho ao fechar portas e gavetas, e até mandar as cadelas calarem a boca para não acordar o menino. Só depois de horas que me dei conta que como ele não estava em casa, os barulhos poderiam voltar a soar dentro de casa, rs. Mas já era tarde demais, metade da tarde já havia passado.

Nem dei conta da casa, não sei se por conta da sinusite ou agravada pelos remédios, meu dia foi letárgico, sem vontade de fazer absolutamente nada, só ficar na cama, jogada, folheando as revistas de meses atrás que estavam na mesinha de cabeceira, esperando em vão pelo momento certo.

Quando o marido chegou com o filhote, pude perceber o quanto foi bom o dia, afinal eu dormi e relaxei; foram horas de sono que precisavam ser repostas, li as revistas que já me olhavam feio por estarem ali do meu lado e não serem folheadas, larguei a casa à própria sorte e ela não desabou, só continuou como estava no dia anterior e nem a pia atentou a minha mente com suas propostas de uso.

Tive uma noite boa e tranquila, pois Arthur parecia saber que eu precisava descansar.

No dia seguinte, meu segundo dia de atestado, foi bem diferente...

Com a casa finalmente vazia, não me deixei vencer pelos remédios; tudo bem que fiquei rolando na cama, curtindo o momento, mas depois respirei fundo e fui à luta.

Resolvi aproveitar o dia e dar conta da casa, de mim e da minha alegria, afinal era sexta-feira e toda sexta é especial para mim.

Começei arrumando a casa, depois fui para a parte que muita gente (nem eu) não gosta, LIMPEZA.

Limpei móveis, varri chão, usei esfregão e passei produto de limpeza, escovei e lavei cada briqnuedo de Tutu, paguei promessa andando de joelhos no tapete alfabético do menino com o pano e o àlcool na mão, esfreguei cada letra e número daquele quarto, lavei banheiro, área de serviço, cozinha, garagem, canil, respirando bem fundo, limpando também minhas via aéreas e terminei passando cheirinho no chão e incensando a casa; agora pergunta se eu estava cansada... Muito pelo contrário, estava num pique de dar inveja e feliz pela casa limpa, tanto no físico quanto no astral.

Agora essa empolgação toda tem um motivo, simples, banal, mas maravilhoso para mim; fiz tudo isso ouvindo música, de Guns à Lady Gaga, de Loreena à música indiana, tudo em som alto, comigo cantando, dançando e rodopiando abraçada com a vassoura, fazendo dela um par mágico e usando o pano na mão como um véu colorido. Pq eu gosto de música, sou habituada a ter música em tudo que eu faço, música em som alto, para remexer e espantar as energias ruins. Infelizmente, isso não tem sido mais um hábito, afinal de contas, tenho um bebê em casa e me policio quanto ao volume do som.

Quando marido e filho chegaram em casa, eu já estava com a sensação de missão cumprida, não pela limpeza da casa em si, mas pelas horas maravilhosas que tive comigo mesma, por dançar sozinha pela sala, pelas revistas que finalmente consegui terminar de ler, pelo livro que iniciei, pelo final de tarde de brincadeiras e carinho com as cadelas, pelas horas gastas num banho longo e revigorante, pela continuação de uma promessa antiga, de fazer minhas sextas-feiras sempre um dia especial.

Mas não terminou aí, no sábado continuei com o momento "eu comigo mesma", fui ter uma manhã de mulherzinha, ida ao salão para cortar os cabelos, tinturar as madeixas e as unhas, escutar e conversar com mulheres conhecidas e outras que nunca vi. Saí do salão uma nova Flávia, até cantada eu levei, rs. Depois tive pique para tentar trocar uma camisa (não consegui), comprar um presente lindo para o niver de minha mãe, tirar foto 3x4 e almoçar sozinha, escutando a garçonete me chamar de senhorita e gostar.

Só depois das 2 da tarde é que cheguei em casa, significativamente renovada.

Tudo bem que ainda fui bater perna com meus homens nas concessionárias em promoção, para tentar trocar de carro e descobri infelizmente, que quanto melhor é o preço da oferta, menos dão de valor em seu carro (¬¬), mas nem assim o dia ficou cinza, fiz test drive num carro que considerava ruim e me apaixonei por ele, pena que não posso comprá-lo, coisas da vida...

Mas o que eu quero realmente dizer com esse relato é que por mais que um filho complete a nossa vida e a mude completamente, momentos só seus, sem ele, no estilo "eu comigo mesma", ainda é um momento maravilhoso que nos faz voltar ao tempo em que a gente, orgulhosamente, sempre era em primeiro lugar.

Um viva para momentos assim, momentos que nos fazem bem!!!!

1 comentários:

Luciana Onofre disse...

Tudo na medida certa, nem menos nem mais.... Deixar a si mesmas relegadas a um plano infinito e complexo de numerar significa que deixamos de viver nossas vidas para ser apenas a governanta da casa, ou a facilitadora de vidas...E somos vida!

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