No Círculo

terça-feira

Diversidade, escolha, amor

 

 

O texto a seguir nasceu duma conversa informal, à mesa da nossa cozinha, no ano de 2009...

Este hoje de 2011 mostra que anos vão e vêm, vitórias contra as intolerâncias acontecem, e retrocessos como assassinatos no meio de ruas, contra pessoas que representam contrapostos ideológicos, de credo, de cor permeiam as notícias sejam quais forem os canais e mídias.

Eu, Luciana, desejo um mundo livre, onde as escolhas possam acontecer e onde o ódio não use bandeiras para ser legitimado.

Diferenças de credo, de escolhas sexuais, de raça, de cor, são realidades imutáveis. E seres humanos plenos de humanidade jamais podem compactuar com atos onde o ódio se aventura a sair impune por saber-se protegido por bandeiras e coletivos...

Desejo um mundo livre não apenas para minha cria, mas para todas as crias, para toda essa geração que com tanto zelo cuidamos e levamos pela mão rumo à estrada da vida.

Considero que deva imperar o bom senso, o pessoal é político, logo as escolhas de cada um encerram em si todo um código e ética, que deve respeitar os códigos e éticas de outros, e sabedores dos universos das diferenças que nos cercam, héteros, homos, GLS, muçulmanos, judeus, cristãos, evangélicos, rastafáris, budistas, ateus, agnósticos, pagãos, católicos, amarelos, negros, brancos, pardos, mulatos, indígenas,  todos devem exercer suas liberdades respeitando as outras liberdades...

É em base a isto que minhas falas para com meus dois filhos, um menino de 7 anos, e uma menina de 10 anos acontecem...


Todos temos o direito a SER. E todos temos o dever de respeitar um outro SER.




Diversidade, escolha, amor 






Semana passada minha filha de 9 anos, perguntou-me o que é ser "gay".

Lhe perguntei onde tinha escutado a palavra, ao que me respondeu ter sido na escola, um coleguinha chamou o outro de "gay", e ela como não havia escutado antes o termo, foi informada por outra amiga que "isso" é homem que anda com homem... 

Ela ficou na dúvida se todos os homens que conversam, saem, jogam, brincam com outros homens são gays.

Fiquei calada ouvindo e depois lhe falei que essa não é a explicação correta. Que há pessoas, tanto homens quanto mulheres que amam mulheres ou homens, que namoram, casam e são felizes... 
Que eu e o pai dela, optamos por escolher pessoas de gêneros opostos como parceiros, mas que no mundo todo há milhões de seres humanos felizes amando pessoas iguais asi mesmos, na forma do corpo, na forma da alma, na forma da mente.
Pois o importante é ser feliz amando a quem escolhemos e ser respeitados por nossa escolha.

Ela  prestou muita atenção e concluiu com outra pergunta: Eu sou gay mamãe? e o Andrés Felipe? (o irmãozinho de 6 anos).

Ao que respondi, que não há como saber pois essa escolha não acontece agora, mas que se no futuro ela ou ele quiserem, por sentir assim amar pessoas do mesmo sexo, gênero, será normal, importando a apenas eles a própria felicidade.
Pois não é o sexo/gênero o que irá  determinar, definir as qualidades e defeitos de alguém, nem irá garantir felicidade certeira.

Completei dizendo-lhe que chamar as pessoas por nomes que desconhecemos é deselegante...
Que primeiro deveriam todos saber os significados, entendê-los para aí sim decidir qual uso fariam deles.
E que já passou o tempo em que ser chamado de gay, bruxa, et all eram insultos.


Luciana Onofre

 
Bruxa,Mãe, Pagã, Feminista, Theateista.

 
[Publicado em 3 de setembro de 2009 no Blog Germinando e reeditado em 10/05/2011]
sexta-feira

A arte de ler



Republico este texto em vista de que dias celebrando idiomas, línguas permearam os meses de abril e maio.




Visitando este blog "Ler para crescer" confirmei que a forma como fui educada no quesito leitura, foi uma bênção para mim e para minha cria.

Cresci dentro de uma família leitora e escritora, meu avó materno além de Diplomata era escritor...

E foi vendo-o escrever horas a fio em sua escrivaninha e mergulhado nas suas infinitas estantes, que absorvi a arte de ler naturalmente.

Minha mãe também sempre foi uma fiel leitora, e incentivou em mim minhas horas absorta em páginas grandes ou pequenas...

Livro é caro no Brasil, o que me causa grande aflição, pois são eles os que nos permitem acessar mil mundos, de uma forma muito mais sinestésica do que a net, mesmo que possa parecer isto impossível, mas é com eles em mãos que podemos pausar a leitura, divagar sobre as linhas escritas, imaginar as cenas lá postadas, e voltar desse devaneio e seguir o rumo das narrativas até o fim do livro...

Amo livros, e de uma forma quase, senão viciante...
Se me perguntarem qual o melhor presente, direi sempre: um livro!

Feiras casam com essa sede de leituras, mas nem sempre os preços por elas ofertados casam com nossos bolsos, cai aqui a questão dos e-books, livros virtuais, que a principio não me eram muito simpáticos... Além da questão delicada dos direitos autorais. 

Mas foi em relação direta ao problema preço versus clientela leitora, que passei a ver com bons olhos aos livros virtuais, mesmo que seja políticamente incorreto, mas pensando no quão difícil é para muitos comprar livros, prefiro a opção de ter esses, do que nada, e ficar sem a leitura.

Aqui em casa fazemos jus à aquela frase feita de "carrego um livro na bolsa" literalmente!
E eles ocupam todos os espaços da casa, não os banheiros por não ter idealizado ainda uma forma de dispô-los por lá. Mas os livros são parte do nosso cotidiano. Livros em minha língua [o espanhol] e em português.

Livros de todos os tamanhos, genêros e autores, pois aprendi nas escolas colombianas, que bom leitor lê tudo, e até o fim...

Então minha cria, pequenina, antes de ganhar brinquedos, antes de sair da barriga, já tinha livros em suas estantes ;D

Eles lêem, ao seu modo, no seu ritmo, com seus gostos particulares.
E "copiam" a mamãe ao ter sempre à mão um livro. Ou mais de um, pois consigo ler mais de um no mesmo período.
Alícia, minha filha de 8 anos [hoje com10], confeccionou na escola um livro lindo de pano, e agora escreve um (em andamento, não é um diário) ilustrado por ela mesma...

Eu? Meu marido sempre me cobra que publique os que já escrevi, e escreva mais, porém padeço de um mal: o de achar que sempre pode algo ser melhor escrito, suprimido ou acrescentado, e aí o tempo passa e não publico nada :D

Visitem este blog que indico no começo do post.
Vale muito a pena, para manter-nos por dentro dos títulos lançados do universo infantil e por dentro do mundo da arte de ler desde pequenos...




Beijos,



ps: Andrés Felipe hoje com 7 anos e já alfabetizado prefere livros "de pessoa grande", arma rebeliões em livrarias afim de livros assim, o último  "reivindicado" foi a versão adulta de Frankenstein de Mary Shelley...






[publicado em 17/06/2009 no blog Germinando
   
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